sábado, 24 de março de 2018

SOMOS VÍTIMAS DE NÓS MESMOS




Em O livro dos Espíritos, questão 815, Kardec questiona os Espíritos: “Qual das duas provas é a mais terrível para o homem, a miséria ou a riqueza?” E os mentores respondem: “Tanto uma como outra; a miséria provoca a lamentação contra a Providência e sociedade; a riqueza estimula todos os excessos.”
Uma leva aos exageros e a outra pode provocar a rebeldia ou a revolta, levando o indivíduo atribuir à Deus e á sociedade a causa de seus próprios males. Costumamos ouvir: “Por que meu vizinho nasceu em lar abastado, tem facilidades de todos os tipos e eu passo por privações do mínimo necessário? A resposta é encontrada em o próprio O Livro dos Espíritos, questão 814: “Por que Deus deu a uns riquezas e poder e a outros a miséria? Para experimentar cada um de maneiras diferentes. Aliás, vós já o sabeis, essas provas foram os próprios Espíritos que escolheram e, muitas vezes, nelas fracassam.”
Como diz o Espírito Hammed: 
“Nasceste no lar que precisavas.
Vestiste o corpo físico que merecias.
Moras onde melhor Deus te proporcionou, de acordo com teu adiantamento.
Possuis os recursos financeiros coerentes com as tuas necessidades, nem mais nem menos, mas o justo para as tuas lutas terrenas.
Teu ambiente de trabalho é o que elegeste espontaneamente para a tua realização.
Teus parentes e amigos são as almas que atraístes, com tuas próprias afinidades.
Portanto, teu destino está constantemente sobre teu controle.
Tu escolhes, recolhes, eleges, atrais, buscas, expulsas, modificas, tudo aquilo que te rodeia a existência.
Teus pensamentos e vontades são a chave de teus atos e atitudes, são as fontes de atração e repulsão na tua jornada vivencial.
Não reclames nem te faças de vítima. Antes de tudo, analisa e observa. A mudança está em tuas mãos.
Reprograme tua meta. Busque o bem e viverás melhor.”
Kardec perguntou aos Espíritos: 
- Quando o homem se acha, de certo modo, mergulhado na atmosfera do vício, o mal não se lhe torna um arrastamento quase irresistível?
Resposta dos Espíritos: “Arrastamento, sim; irresistível, não; porquanto, mesmo dentro da atmosfera do vício, você sempre se depara com grandes virtudes. São Espíritos que tiveram a força de resistir e que, ao mesmo tempo, receberam a missão de exercer boa influência sobre os seus semelhantes.”
Ou seja, no mundo em que vivemos e no local em que convivemos encontramos bons e maus exemplos, cabe a nós escolhermos, utilizando nosso livre arbítrio, o lado que seguiremos. Como está na questão 121: “Deus não criou Espíritos maus; criou-os simples e ignorantes, ou seja, tão aptos para o bem quanto para o mal; os que são maus, assim se tornaram por sua vontade...”
Na questão 754, Kardec pergunta: "A crueldade não derivará da carência de senso moral?" Os Espíritos responderam: “...não digas da carência, porque o senso moral existe, como princípio, em todos os homens. É esse senso moral que dos seres cruéis fará mais tarde seres bons e humanos...” Kardec complementa dizendo: “...a sobre-excitação dos instintos materiais (ganância, orgulho, vaidade, egoísmo) abafa, por assim dizer, o senso moral..."
Por isso Kardec escreveu: “É pela educação (moral), mais do que pela instrução, que se transformará a humanidade”. Muitos perguntarão: "Então, os delinquentes não devem ser punidos, já que eles não desenvolveram o senso moral?" A resposta está na questão 796 do O livro dos Espíritos: “Uma sociedade pervertida certamente precisa de leis severas. Infelizmente, essas leis mais se destinam a punir o mal depois de feito, do que a lhe secar a fonte. Só a educação (moral) poderá reformar os homens, que, então, não precisarão mais de leis tão rigorosas.” 
Portanto, enquanto não desenvolvermos o senso moral, precisamos ter leis severas que punam a delinquência e, em conjunto, ajudarmos nossos irmãos a desenvolverem o senso moral. Por isso encontramos muitas pessoas instruídas sem senso moral e muita gente sem instrução de moral ilibada. Pobres que, inconformados com a pobreza roubam, enganam, assaltam, traficam para enriquecer. E o rico, além dos excessos e egoísmo que o dinheiro proporciona, muitas vezes ele busca ficar mais rico e, as vezes, de forma ilegal. Ambos buscam os tesouros da Terra e se esquecendo do tesouro mais importante, que é o tesouro do Céu. Pensemos nisso!

Rudymara





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