quinta-feira, 13 de outubro de 2016

PERISPÍRITO

                                                    


O que é?
Perispírito é o envoltório semimaterial do espírito.
Também o denominam de corpo fluídico ou corpo espiritual.
É um dos mais importantes produtos do FCU (Fluido Cósmico Universal).

Origem e natureza
O perispírito tem sua origem no fluido cósmico universal, retirado do mundo ou plano ao qual o espírito está relacionado.
É também matéria, como o corpo de carne, mas em estado diferente, mais sutil, quintessenciada(o máximo de apuro); não é rígida como a do corpo físico e, sim, flexível e expansível, o que torna o perispírito muito plasmável sob a ação do espírito.
Assim como o corpo físico, o perispírito tem uma estrutura e fisiologia (órgãos), mas não tem inteligência nem autonomia (agir por vontade própria). Não é, pois, "um outro ser", mas apenas um instrumento do espírito, tal como o corpo físico.

"Tem a forma que o Espírito queira. É assim que ele aparece algumas vezes, quer em sonho, quer no estado de vigília, e que pode tomar forma visível, mesmo palpável" (OLE, questão 95)..

Funções
1)      Liga o espírito à matéria (neste como em outros mundos) e a ele serve de instrumento para agir sobre o plano fluídico ou o material.
2)      Guarda o registro dos efeitos de toda a ação do espírito.
3)      Permite que os espíritos se identifiquem e reconheçam uns aos outros, no plano espiritual.
4)      É o molde, a fôrma do ser corpóreo.

Perispírito e encarnação
O Perispírito preexiste ao corpo físico.
Para o espírito encarnar: um laço fluídico (que é uma expansão do perispírito) se liga ao óvulo fecundado e vai presidindo à multiplicação das células, uma a uma, dirigindo a formação do corpo. Quando este se completa, está inteiramente ligado ao perispírito, "molécula a molécula".

Observação importante: Do ponto de vista espírita, portanto, desde a fecundação do óvulo, um espírito se ligou a ele e está trabalhando para formar o corpo de que precisa para viver neste mundo e continuar sua evolução.

Sabendo disto, não provocar o aborto, para respeitar o direito de viver do espírito reencarnante, que é um nosso irmão ante Deus.
O uso de anticoncepcionais é preferível ao aborto, mas não deve levar ao sexo irresponsável. O sexo serve à procriação e à permuta (troca) de energias entre homem e mulher. Não deve ser reduzido a mero instrumento de sensações prazerosas, nem deve ser exercitado excessivamente ou promiscuamente, mas sempre com equilíbrio e responsabilidade moral.
Quem ignora as implicações espirituais do aborto e o praticou, ou induziu à sua prática, ou de alguma forma a ajudou, procure compensar o mal feito da maneira que estiver ao seu alcance: favorecer o nascimento que antes impediu, ajudar gestantes carentes a terem seus filhos, amparar recém-nascidos, alertar e orientar quem estiver querendo praticar o aborto para que não o faça etc.

Durante a encarnação: o perispírito serve de intermediário entre o espírito e a matéria, transmitindo ao espírito as impressões dos sentidos físicos e comunicando ao corpo as vontades do espírito.


Ao desencarnar: quando o corpo morre, o perispírito dele se desprende e continua a servir ao espírito, como seu corpo fluídico que é e como seu intermediário para com o plano espiritual ou material. Preexistia ao corpo e a ele sobrevive.
Sobrevivendo ao corpo, o perispírito vem a provar a imortalidade do espírito. É ele (e não o espírito em si) que vemos nas aparições e visões; e é ele que serve de instrumento para as manifestações do espírito aos nossos sentidos.
Geralmente, a aparência que o perispírito guarda é a da última encarnação; ela poderá ser modificada (se o espírito quiser e souber como fazer isso), porque a substância sutil do perispírito é maleável e plasmável.
Apresenta-se com o vestuário, os sinais exteriores - enfermidades, cicatrizes, membros amputados, etc. - que tinha então. Um decapitado se apresentará sem a cabeça. Não quer isso dizer que haja conservado essas aparências, como Espírito, ele não é coxo, nem maneta, nem zarolho, nem decapitado; o que se dá é que, retrocedendo o seu "pensamento" à época em que tinha tais defeitos, seu perispírito lhes toma instantaneamente as aparências, que deixam de existir logo que o mesmo pensamento cessa de agir naquele sentido. O Espírito cria fluidicamente os objetos que ele esteja habituado a usar. Um avarento manuseará ouro, um militar trará suas armas e seu uniforme, um fumante o seu cachimbo, etc. Os objetos são tão reais, como o eram, no estado material, para o homem vivo; mas, pela razão de serem criações do pensamento, a existência deles é tão fugitiva quanto a deste. (AG, cap. XIV, item 14)

Sua evolução

O perispírito acompanha o espírito sempre, em todas as etapas de sua evolução.
Vai se tornando mais etérea, à medida que o espírito se aperfeiçoa e eleva. Nos espíritos puros, já se tornou tão etéreo que, para os nossos sentidos, é como se não existisse.
A contextura do perispírito não é idêntica para todos os espíritos, ainda que sejam de um mesmo mundo. Isso porque a camada fluídica que envolve um mundo não é homogênea (toda igual) e o espírito, ao formar seu perispírito, dela atrairá os fluidos mais ou menos etéreos, sutis, segundo suas possibilidades.
Espíritos inferiores tem perispírito mais grosseiro e, por isso, ficam imantados ao mundo que habitam, sem se poderem alçar planos mais evoluídos. Alguns chegam a confundir seu perispírito (de tão grosseiro que é) com o corpo material e podem experimentar sensações comparáveis às de frio, calor, fome, etc.

Os espíritos superiores, ao contrário, podem livremente ir a outros mundos, fazendo as necessárias mutações em seu perispírito, para adaptá-lo ao tipo fluídico do mundo aonde vão.


                                ALTERAÇÕES  TRANSITÓRIAS  DA  FORMA

Uma das características da matéria espiritual é o fato dela ser muito dócil à ação plasmatizante do pensamento. Ela sofre a ação do pensamento e se modela de acordo com as sugestões do mesmo. Isto nos permite compreender uma série de fenômenos do plano espiritual. Um deles é o fato de que, estando o espírito condicionado que está doente, enfiridado ou aleijado, plasma em seu organismo, por mecanismos de auto-sugestões mentais, os sinais das moléstias que acredita possuir, enferidando-se ou provocando aleijões. No entanto, basta se libertar dos condicionamentos para que o organismo espiritual volte a se apresentar totalmente saudável.
Estas sugestões podem também chegar ao espírito por via indireta, através de forte sugestão mental vinda de um outro espírito. André Luiz, espírito que nos escreve através da mediunidade psicográfica de Chico Xavier, conta em seu livro Libertação como uma mulher no plano espiritual, após sofrer fortes sugestões mentais hipnóticas de um outro espírito de que era uma loba, acabou por acatá-las, incorporando-as ao seu perispírito, cuja matéria espiritual se modelou de acordo com as sugestões. Gradativamente, as expressões fisionômicas dessa senhora foram se modificando até tomar a forma de uma loba.
Estes fenômenos de transformação fisionômica do espírito por sugestões hipnóticas é conhecido como "licantropia". No entanto, é preciso que se esclareça que esta é uma alteração provisória e não definitiva, pois quando cessam as sugestões hipnóticas, imediatamente o indivíduo recupera sua fisionomia humana. Portanto, não se trata de um retrocesso evolutivo, o que nunca acontece, conforme nos esclarece a doutrina espírita.

PERCEPÇÕES  E  SENSAÇÕES

No corpo físico, a percepção do mundo exterior é feita através dos órgãos dos sentidos. Exceto o fato que nos permite perceber o meio que nos cerca através de todo o nosso organismo, nós só podemos ouvir pelos nossos ouvidos, ver pelos olhos, degustar pelo paladar e sentir os odores pelo nosso olfato.
No entanto, no plano espiritual, pode-se perceber o mundo espiritual através de todo o perispírito, isto é, pode-se ver, sentir, ouvir, perceber odores e o gosto das substâncias por qualquer parte do perispírito e não somente pelos órgãos dos sentidos.
Alguns fatos paranormais estudados por nossos cientistas parecem apoiar estes conceitos. O dr. César Lombroso, famoso metapsíquista italiano, trabalhou com sensitivas que apresentavam uma sensibilidade exacerbada quando em estado hipnótico. Estas sensitivas, quando em transe hipnótico, eram capazes de perceber odores e sons pelas mais variadas localizações de seu corpo, eram, por exemplo, capazes de sentir odores pelos pés, ouvirem pelos joelhos, etc.
Se formos explicar o fato pela teoria espírita, o que ocorre é que no indivíduo em transe hipnótico, o perispírito se expande e se exterioriza além dos limites corporais. Como a sensibilidade do perispírito é global, a capacidade de penetrar o meio externo pode acontecer em qualquer ponto do organismo. No entanto, quando o indivíduo sair do estado hipnótico, o perispírito se recolhe aos limites do corpo físico e a percepção exterior volta a ser feita apenas através dos sentidos físicos.
Outros fatos que também parecem cooperar para que se acredite na sensibilidade global do perispírito são as experiências conscientes de desdobramento. O sr. Monroe, de nacionalidade norte-americana, apresenta esta interessante característica de se desdobrar conscientemente. Muitas dessas experiências ele relata em seu livro Viagens Fora do Corpo.
Em uma dessas viagens, conta o sr. Monroe que andava por um determinado local quando, sem que virasse a cabeça, teve a sensação de ter visto um determinado objeto que estaria situado atrás dele. Ao voltar a cabeça para trás, constatou a presença do objeto. Em inúmeras outras experiências de desdobramento, percebeu que poderia ver sem os olhos, até tomar consciência de que, estando desdobrado em seu perispírito, poderia ter uma visão de 360° e não necessitaria dos olhos para ver. Ver pelos olhos era tão somente um condicionamento que adquirira com seu corpo físico. Como já conhecemos, a matéria que compõe o perispírito dos espíritos depende do grau evolutivo do mesmo. Quanto mais evolutivo, maior é a capacidade do espírito de atrair átomos mais sutis da matéria espiritual para formar seu perispírito. Esses átomos mais sutis são de pouca densidade e muitas vezes emitem luminosidade. Esta baixa densidade permite a esses espíritos sofrerem uma atração gravitacional muito pequena do planeta onde se encontram, o que lhes facilita a locomoção e permite a alguns deles a volitação, isto é, a capacidade de voar. A luminosidade irradiada pelos átomos espirituais permite que esses espíritos irradiem luz e até mesmo possam ser reconhecidos por seu espectro luminoso.

FENÔMENOS  MEDIÚNICOS

Todos os fenômenos mediúnicos acontecem graças às propriedades do perispírito. Portanto, no perispírito se encontra a chave para o conhecimento desses fenômenos.
O espírito não entra no médium. A comunicação é sempre através do perispírito, que vai ceder campo ao desencarnado.
Para que aconteça o fenômeno mediúnico, é preciso que o perispírito se expanda e se exteriorize para além do corpo físico. É o que Kardec chama de "exteriorização do perispírito". Assim expandido, o perispírito passa a exibir suas propriedades, apercebendo-se do meio espiritual que o cerca. Se essa percepção não impressionar nenhuma área específica do cérebro, o indivíduo tem uma percepção geral do plano espiritual, que lhe chega à consciência geralmente na forma de impressões emocionais, como de agrado ou desagrado. Quando estas impressões conseguem atingir determinadas áreas cerebrais, elas podem ser específicas e o indivíduo pode "ver" ou "ouvir" o mundo espiritual.
Os espíritos podem, por sua vontade (e isto também está na dependência de suas aquisições evolutivas), condensar as moléculas de seu perispírito até que as mesmas se aproximem das características das moléculas da matéria física, o que permite que sejam vistos pelos médiuns videntes.
A bicorporiedade é a visualização do espírito de um indivíduo encarnado em desdobramento, isto é, com seu perispírito afastado de seu corpo físico, poderá também sofrer uma condensação de moléculas, que, se forem de grande intensidade, poderá impressionar até os olhos físicos de qualquer criatura, dando a impressão de que o indivíduo tem dois corpos, o que é vulgarmente conhecido como "homens duplos".
  
O médium em desdobramento pode deslocar seu perispírito apenas alguns centímetros do corpo físico denso ou se projetar a grandes distâncias.

TRANSFIGURAÇÃO  DO  PERISPÍRITO

Na transfiguração, o médium em transe mediúnico sofre um apagamento de seus traços fisionômicos e aparece a fisionomia da entidade comunicante.
O que parece ocorrer é que há uma exteriorização do perispírito do médium além dos limites de seu corpo físico. Por mecanismos de afinidades, ocorre uma sintonia do perispírito da entidade que deverá se comunicar, formando-se uma atmosfera psíquica perispiritual comum entre o médium e a entidade. Através desta atmosfera perispirítica comum, há uma simbiose de pensamentos, sentimentos e sensações de ambos. Em seguida, as moléculas do perispírito do médium sofrem uma condensação, formando uma névoa brumosa em torno do médium, escondendo seus traços fisionômicos. Por mecanismos telepáticos, o médium recebe as impressões fisionômicas da entidade comunicante e o próprio psiquismo do médium impressiona seu perispírito com os traços fisionômicos da entidade comunicante, dando a impressão de que a entidade entrou no corpo do médium. Este tipo de fenômeno é bastante raro.
Allan Kardec cita um caso de transfiguração, no O Livros dos Médiuns, que ocorreu  entre os anos de 1858 e 1859, nas cercanias de Saint-Étienne. Uma jovem de uns 15 anos gozava da estranha faculdade de se transfigurar, ou seja, de tomar em dados momentos todas as aparências de algumas pessoas mortas. A ilusão era tão completa que se acreditava estar na presença da pessoa, tamanha a semelhança dos traços do rosto, do olhar, da tonalidade da voz e até mesmo das expressões usuais na linguagem. Esse fenômeno repetiu-se centenas de vezes, sem qualquer interferência da vontade da jovem. Muitas vezes tomou a aparência de seu irmão, falecido alguns anos antes, reproduzindo-lhe não somente o semblante, mas também o porte e a corpulência.
O caso mais inusitado de que se tem notícia é o fenômeno da transfiguração de Cristo no Monte Tabor.
"Contam-nos os evangelistas que , certa feita, Cristo convidou 3 de seus discípulos (Pedro, João e Tiago) para orarem com ele numa alta montanha, o Monte Tabor. Estando Cristo em oração, eis que o rosto deste resplandece como o sol, suas vestes ficam alvas como a luz e, como esta, surgiram  Moisés e Elias a seu lado. . . "

OS ÓRGÃOS DO PERISPÍRITO

Pela simples observação do corpo físico, pode-se deduzir que o perispírito também possui algo semelhante a órgãos, isto é, conjuntos de moléculas cuja configuração especial é destinada à execução de determinadas funções. Tais aglomerados moleculares, evidentemente, são apropriados ao funcionamento na vida extrafísica, promovendo a captação e assimilação de energias e fluidos necessários à sua manutenção, que se processam de modo essencialmente diverso da vida física.
Por isso mesmo, os órgãos do perispírito não podem ser iguais aos do corpo denso, mas determinam, pelas linhas de força que os caracterizam, a conformação e distribuição funcional destes últimos, os quais estão adaptados à execução e às funções específicas conforme a evolução biológica. Os órgãos do perispírito podem ser lesados pela ação desordenada ou maléfica da mente do ser.
O gênero de vida de cada indivíduo carnal determina a densidade do organismo perispirítico após a perda do corpo denso. O mundo espiritual guarda íntima ligação com o progresso moral que realizamos. À medida que crescemos moralmente, nosso perispírito vai ficando gradativamente mais leve e, assim, podemos nos movimentar em planos mais sutis.

PSICOPATOLOGIAS  DO  PERISPÍRITO

O homem selvagem emprega a força e a astúcia para dominar os seres inferiores e a natureza à sua volta, mas não tem preparo algum para enfrentar o grande desconhecido que se descortina para ele após a morte física.
Assim, depois do óbito, permanece tímido ao pé dos seus, em cuja companhia passa a viver em outras condições vibratórias e em processos variados de simbiose, ansioso por voltar à existência corpórea. Mantém-se, assim, vinculado à choça, aos seus e "não tem outro pensamento senão voltar ao convívio revitalizante daqueles que lhe usam a linguagem e lhe comungam os interesses."
O espírito do selvagem perde os órgãos do corpo espiritual, que se lhe atrofiam por falta de função. Isso porque se estabelece em seu íntimo o monoideísmo, a idéia fixa de voltar para a carne, cujo desejo eclipsa (encobre, oculta) todas as demais.
Dá-se o que André Luiz chama de "monoideísmo auto-hipnotizante", provocado por um pensamento fixo-depressivo nascido de sua inadaptação ao mundo extrafísico. Por esse processo, o desencarnado perde seu corpo espiritual, transformando-se em ovóide, forma pela qual expressa seu corpo mental.

As disfunções e o monoideísmo

No monoideísmo, o núcleo da visão profunda, localizado no centro coronário, sofre disfunção específica, na qual o espírito contemplará tão somente os quadros terríficos relacionados com as culpas contraídas, deixando de observar tudo o mais.
Vejamos o caso de Leonardo Pires, (citado por André Luiz no livro Entre a Terra e o Céu), desencarnado há 20 anos e que vive agora na casa da neta, Antonina. Apresenta-se como um velhinho, de acordo com seus últimos dias terrestres. A mente dele, porém, está fixada nos lances da última existência, com recordações que o obcecam.
Quando jovem, foi empregado do marechal Guilherme Xavier de Souza e hoje conserva a mente detida num crime de envenenamento que cometeu quando integrava as forças brasileiras acampadas em Piraju, no Paraguai. Enciumado, sentindo-se preterido (colocado de lado) pela mulher leviana com a qual se relacionava, por causa de um colega de farda, Leonardo idealizou o crime e o executou, utilizando vinho envenenado. Como as tropas deveriam seguir rumo ao Paraguai, o caso foi encerrado sem maiores investigações. Leonardo seguiu em frente, convivendo por algum tempo com a mulher que fôra pivô do crime, mas se casou ao regressar para o Brasil.
No leito de morte, reconheceu que a lembrança do referido crime castigava seu mundo íntimo, centralizando todos os episódios apenas nesse. No além, o monoideísmo persistiu. Com olhar de louco, segue a única imagem que se vitaliza a cada dia em sua memória, ao influxo da própria consciência que se considera culpada.
Como ensinaram os espíritos reveladores a Allan Kardec na questão 621 de O Livro dos Espíritos, "a lei de Deus está inscrita na consciência". E ninguém pode ludibriá-la impunemente.

Parasitas Ovóides

Há espíritos que perdem a forma humana de apresentação de seu perispírito, surgindo como esferas ovóides. "Pela densidade da mente, saturada de impulsos inferiores, não conseguem se elevar e gravitam ao redor das paixões absorventes que, por muitos anos, elegeram como centro de interesses fundamentais" (Libertação, de André Luiz).
Inúmeros desencarnados, empolgados pela idéia de fazerem justiça com as próprias mãos ou apegados a vícios aviltantes (humilhantes), por repetirem infinitamente essas imagens degradantes, acabam em deplorável fixação monoideística, fora das noções de espaço e tempo, sofrendo enormes transformações na morfologia do psicossoma. Por falta de função, os órgãos psicossomáticos ficam retraídos e surge a forma ovóide. Atingida esta forma, permanecem colados àqueles que foram seus sócios nos crimes, obedecendo à orientação das inteligências que os entrelaçam na rede do mal. Por isso, servem às empreitadas infelizes nos processos de obsessão.
Nas regiões inferiores, onde André Luiz esteve em missão de paz na companhia do instrutor Gúbio e que estão descritas no extraordinário livro Libertação, um grande número de entidades transportavam essas esferas como se estivesses imantadas às suas próprias irradiações.
O médico desencarnado explicou que esses ovóides são pouco maiores que um crânio humano, variando muito nas particularidades, alguns denunciam movimento próprio, como se fossem grandes amebas, outros parecem em repouso, aparentemente inertes, ligados ao halo vital de outras entidades. Qual a situação psíquica desses ovóides? A maioria deles dorme em estranhos pesadelos, incapazes de exteriorizações maiores.

Deformações do Corpo Espiritual

Ao lado de espíritos que já conquistaram belas vestes de apresentação, encontramos outros cujos psicossomas revestem-se de verdadeiras deformidades. No livro Libertação, André Luiz teve oportunidade de constatar, de forma inesperada, um caso com essas alterações.
A senhora de um médico revelava extremo cuidado com a aparência externa, apresentando-se sempre muito bem penteada e maquiada. Entretanto, o médico desencarnado teve oportunidade de vê-la como autêntica bruxa, igual àquelas dos contos infantis, quando, pela ação do sono, seu perispírito se desprendeu do corpo físico. Realmente as aparências enganam!
Em Evolução em Dois Mundos, André Luiz utiliza a nomenclatura corrente no mundo espiritual para designar as diversas alterações do psicossoma conseqüentes de patologias mentais diferentes. "Adinamia" seria a queda mental no remorso e "hiperdinamia", a patologia conseqüente dos delírios da imaginação, provocando hipo ou hipertensão no movimento circulatório das forças que o mantêm. Utiliza também a denominação "miopraxia do centro genésico atonizado" para designar a patalogia do organismo sutil no caso do aborto provocado, que seria a arritmia do chacra responsável pela organização das energias sexuais.
Em Ação e Reação, nos trabalhos de socorro da Mansão Paz, estabelecimento situado nas regiões inferiores, foi recolhido um desencarnado cujo rosto era disforme, todos os traços se confundiam como se fosse uma esfera estranha e, além disso, braços e pernas eram hipertrofiados, enormes. Depois de consultá-lo, o instrutor Druso afirmou que o desencarnado em questão encontrava-se sob terrível hipnose, tendo sido conduzido a essa posição por adversários temíveis, que, para torturá-lo, fixaram sua mente em alguma penosa recordação. Era Antonio Olímpio, o fazendeiro que assassinara os dois irmãos e cujo crime passou despercebido da justiça humana. Sua história está também no estudo da fixação mental.
Em Libertação, porém, os relatos reportam-se a zonas muitíssimo inferiores, as regiões infernais. Lá estão presentes a velhice, a moléstia, o desencanto, o aleijão, as deformidades de toda a sorte e os ovóides. O perispírito de todos os habitantes dessas regiões é opaco como o corpo físico e pode sofrer ainda alterações mais profundas, deixando sua forma humana para se apresentar como a de um animal. É o fenômeno conhecido genericamente como "zoantropia", mas que tem na "licantropia" (transformação em lobo) o processo mais conhecido.
Nas regiões inferiores, uma mulher é julgada por um tribunal constituído de entidades inteligentes e perversas, caso citado no livro Libertação. Diante dos juizes, confessou que matou 4 filhinhos e contratou o assassinato do próprio marido, entregando-se depois às "bebidas de prazer", mas nunca pôde fugir da própria consciência. Através de um olhar temível, o juiz a sentenciou, dizendo que ela não passava de uma loba. A mulher desencarnada passou a se modificar paulatinamente diante da sentença repetida várias vezes, chegando ao resultado final da licantropia. Segundo explicações espirituais, ela não passaria por essa humilhação se não a merecesse. No entanto, a renovação mental depende única e exclusivamente dela. Deus mantém a senda redentora sempre aberta a seus filhos.
Tornou-se clássica na literatura espiritualista o caso de Nabucodonosor, rei cruel e despótico que viveu se sentindo como animal durante sete anos. Diz a Bíblia (Dn 4:33) que "o seu corpo foi molhado de orvalho do céu, até lhe cresceu pêlo como as penas da águia e suas unhas como as das aves."         

O perispírito retrata nosso estado mental, pois a matéria espiritual que  está  agregada  ao  corpo
espiritual depende do grau de desenvolvimento  moral  e espiritual do espírito.



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