segunda-feira, 18 de julho de 2011

CELIBATO



O que dizer das pessoas que, por opção, não querem formar uma família?
J. Raul Teixeira: As pessoas que optam por não formar família, por mero comodismo, acabam não ficando tranqüilas, acabam não logrando paz.
Nos casos de acomodação, embora as criaturas não queiram os compromissos e canseiras impostos por uma família, não abrem mão do prazer propiciado pela atividade sexual. Aqui os indivíduos anseiam pelos bônus da sexualidade sem os ônus dos deveres conjugais.
Em casos assim, onde a tônica é egoística, os envolvidos se comprometem não com uma companhia, mas com as diversas que façam parte do seu universo de prazeres.
Em O Novo Testamento, deparamos com o Apóstolo Paulo refletindo sobre a questão do casamento versus celibato, e sua conclusão é que “é melhor casar-se do que abrasar-se”(ICor. 7:9). Ninguém está, portanto, impedido de usufruir das estesias que a libido proporciona, contudo, que seja em bases de responsabilidade, de respeito e de amor recíprocos, a fim de que não se convertam as relações em exercícios de mal-disfarçada prostituição.
Em todo e qualquer caso, no entanto, vige o livre-arbítrio, que é o indicador dos níveis de amadurecimento e compromisso com a existência em cada indivíduo.
Todos os espíritos são programados para encontrar um cônjuge? E os que não encontram?
Não. Nem todos os indivíduos reencarnados no mundo vêm com compromissos estabelecidos para o matrimônio. Exemplos de celibato:

· Há indivíduos que reencarnam para experimentar a solidão afetiva, em nome da lei de causa e efeito. Estes casos acontecem para levar os indivíduos a reajustar emoções, disciplinar atitudes e burilar sentimentos, facultando-lhes aprender a valorizar as relações conjugais, a valorizar a família, a aprender a viver com outras pessoas;

· Há indivíduos que não encontram correspondência amorosa, em termos conjugais, em razão de compromissos de diferentes magnitudes, de grande amplitude na sociedade, trazidos à presente encarnação. São deveres que não compatibilizam com as responsabilidades do lar, perante as exigências de amplo aspecto da tarefa ou da missão esposada, desde o além. É o caso das pessoas comprometidas com profundos descobrimentos científicos, com atividades abnegadas na esfera religiosa, ou outros a exigir dedicação quase exclusiva em prol da causa social ou sócio-moral do mundo, já sabem, no seu íntimo – percebem-no por intuição – que o matrimônio estável com alguém não consta de sua “agenda” reencarnatória;

· Ocorrem também casos de celibato com almas que não sentem nada por ninguém. São emocionalmente frias, sentimentalmente mudas, inaptas para tais relações afetivas, uma vez que expiam, duramente, as posturas desdenhosas ou exploradoras do pretérito. Posições numa existência corporal geram incapacidades e bloqueios magnéticos em outras, impondo frustrações e sofrimentos.

Em casos em que o indivíduo se dê conta de que já buscou, já se insinuou, já demonstrou interesse e continua a “ouvir” um intenso silêncio nessa área, ou se nota que o que surge não é compatível com seus projetos de vida para o trabalho e para o bem, é de bom alvitre tranqüilizar a mente, assossegar a alma, entregando-se a viver seu dia-a-dia com dignidade, sem ansiedade, evitando enveredar por faixas de exploração obsessiva, considerando-se que nos disse o Cristo: “Buscai e achareis...”(Lc 11:9)
Dessa forma, quem deseja unir-se a alguém e não logra êxito, quem aspira por sentir algum tipo de atração afetiva por alguma pessoa e nada sente, por maiores esforços que realize, deve procurar tranqüilizar-se, mergulhando na ação do bem. Trabalhe, estude, desenvolva seus veios artísticos, pratique esportes salutares e sirva, em nome do amor, onde quer que se encontre. Na impossibilidade de ter uma pessoa a quem oferecer carinho, afeto, trate de tornar-se uma pessoa útil, prestativa, fraterna, simpática e jovial, deixando-se conduzir pelas mãos do Criador que pode alterar, a cada momento, os rumos de nossas existências em função do que nos seja melhor.
 
 
José Raul Teixeira

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