domingo, 10 de janeiro de 2010

A VERDADEIRA DESGRAÇA


O QUE É A VERDADEIRA DESGRAÇA?

Tentaremos explicar esta pergunta usando esta história: “Joel era um verdadeiro cristão, sempre empenhado em ajudar o semelhante, tanto na atividade profissional, como no lar, na organização assistencial, no Centro Espírita. Mas o Céu tinha outros planos para ele. Joel retornou à Espiritualidade, vitimado por um acidente de trânsito. Foi um rude golpe para o movimento espírita local, e particularmente para Sara, sua esposa, que não conseguia aceitar a separação. Questionava ela: "HÁ TANTOS CRIMINOSOS, TANTOS INCONSEQUENTES EGOÍSTAS, CUJA MORTE SERIA UM BENEFÍCIO PARA A HUMANIDADE, PORQUE LOGO MEU MARIDO, UM HOMEM DIGNO E NOBRE, TÃO ÚTIL A TANTA GENTE?” Mergulhada na depressão, recusava-se a retornar à normalidade, alimentando a perigosa idéia de que seria preferível morrer.
Até que certa noite, na reunião mediúnica da qual participava, um generoso benfeitor espiritual disse-lhe: "SARA, SUA INCONFORMAÇÃO É INCOMPATIVEL COM SEUS CONHECIMENTOS. VOCÊ SABE QUE NADA OCORRE POR ACASO.”
Angustiada argumentou: "SEI QUE EXISTEM PROBLEMAS CÁRMICOS ENVOLVENDO SITUAÇÕES DESSA NATUREZA, MAS TENHO APRENDIDO QUE O BEM QUE EXERCITAMOS HOJE NEUTRALIZA O MAL QUE PRATICAMOS ONTEM. E, CONSIDERANDO QUE JOEL ERA PRECIOSO INSTRUMENTO DA ESPIRITUALIDADE NA TERRA, PORQUE NÃO LHE FOI PRESERVADA A VIDA? NÃO SERIA JUSTO DEIXÁ-LO RESGATAR SEUS DÉBITOS COM O ESFORÇO DA CARIDADE, EM QUE PONTIFICOU COMO DEVOTO SERVIDOR DO CRISTO?”
O mentor aguardou por alguns instantes, até que fossem menos abundantes as lágrimas, e explicou sereno: "SEU ARGUMENTO É PONDERÁVEL, MAS EQUIVOCADO, PORQUE VOCÊ DESCONHECE A EXTENSÃO DOS COMPROMISSOS DE JOEL. SEU DESENCARNE, MUITO MAIS QUE O CUMPRIMENTO DA JUSTIÇA, FOI UM ATO DE MISERICÓRDIA QUE BENEFICIOU NÃO APENAS ELE, MAS SOBRETUDO, VOCÊ.”
Sara disse: "NÃO ESTOU ENTENDENDO.”
O mentor, então, explicou: “SEGUNDO COMPROMISSOS QUE AMBOS ASSUMIRAM NO PASSADO, JOEL DEVERIA SOFRER DERRAME CEREBRAL QUE O SUJEITARIA A UMA VIDA VEGETATIVA, PRISIONEIRO DE UM CORPO INERTE, INCOMUNICÁVEL. VOCÊ CUIDARIA DELE POR APROXIMADAMENTE 10 ANOS. TENDO EM VISTA OS MÉRITOS DE SEU MARIDO, FOI-LHE POUPADA A DOLOROSA EXPERIÊNCIA E ELE RETORNOU À ESPIRITUALIDADE, DE ONDE CONTINUA A AJUDÁ-LA NOS ENCARGOS QUE LHE COMPETEM, CONFORME SUA PROGRAMAÇÃO DE VIDA. ELE PEDE-LHE QUE SUPERE O PESADELO DA SEPARAÇÃO COM O SONHO DE GLORIOSO REENCONTRO NA IMORTALIDADE.”
A partir desse dia Sara readquiriu a disposição de viver, enfrentando com serenidade e coragem seus compromissos, lembrando sempre que ela e o marido haviam recebido uma grande dádiva do Céu.”

CONCLUSÃO: “Muitas pessoas questionam os acontecimentos difíceis e dolorosos, enveredando por caminhos de rebeldia e desalentos que lhes multiplicam os sofrimentos. As pessoas vêem a desgraça na miséria, na lareira sem fogo, nas lágrimas, no féretro (caixão de defunto) que se acompanha com o coração partido, na angústia da traição, na privação do orgulhoso que desejava vestir-se de púrpura e esconde sua nudez nos farrapos da vaidade. Tudo isso, e muitas outras coisas, chamam de desgraça, na linguagem humana. Sim, realmente é a desgraça, para aqueles que nada vêem além do presente. A tempestade, que despedaça as árvores, é visto como desgraça. No entanto, ela purifica a atmosfera, dissipando os miasmas insalubres que poderiam causar a morte. Para julgar uma coisa, é necessário, portanto, ver-lhe as conseqüências. É assim que, para julgar o que é realmente felicidade ou desgraça para o homem, é necessário transportar-se para além desta vida, porque é lá que as conseqüências se manifestam. Aos olhos materialistas, o que é desgraça no presente, é compensação na vida futura. Tenham esperança, vocês que choram!” (O Evangelho segundo o Espiritismo, cap. V, item 24, escrito pelo Espírito Delphine de Girardin)

Esta história e texto demonstram que o Espiritismo é esclarecedor, consolador e comprovador de que Deus é justo, bom e perfeito. E que as obras básicas são complementadas por depoimentos e ensinamentos de Espíritos desencarnados que voltam para contar suas vivências através da psicografia. Cabe a nós observar a experiência deles para tomarmos como exemplo e para não errarmos no mesmo ponto.



Rudymara



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